quarta-feira, 16 de maio de 2012

Telefonema

Brrrr! Brrrr! Eu quero tchu, eu quero tchá! Eu quero tchu tchá tchá tchu tchu tchá! Tchu tchá tchá tchu tchu tchá! Carambá! Que horas são? Ainda são três e meia da manhã? Vou dar um tiro nesse celular! Não vou atender essa joça não! Anh! Anh! Já que me acordaram mesmo vou fazer um pipizinho! Brrrr! Brrrr! Eu quero tchu, eu quero tchá! Eu quero tchu tchá tchá tchu tchu tchá! Tchu tchá tchá tchu tchu tchá! - Alô, João é você? - Não é o Silvio Santos! Oras pra quem você ligou? - Cara! Cara! Você não sabe o que aconteceu! - Entrei numa roubada, velho! - Aff! Mais uma das suas maracutaias, num é mesmo Sr. Daniel! - Maracutais nada filho! Eu to numa tremenda roubada mano! - Escuta só isso! - João, eu me levantei como de costume as três horas pra assistir a fórmula um! - Sabe como é, né? - Não, não sei nada não! Oh cara, vamos logo que eu to querendo voltar a dormir! - Que saco! - Calma João! Eu to precisando de ajuda! - Voltando, então. - Eu acordei, fui ao banheiro, escovei os dentes, lavei o rosto. - Daí eu ouvi! Blim! Blom! Blim! Blom! Campainha? Essa hora? Quem será uma hora dessas? - Me enxuguei às pressas, saí correndo do banheiro e fui até a porta. - Com todo cuidado do mundo, João eu olhei pelo olho mágico da porta e... - E o que Daniel, desembucha filho, desembucha! - Não vi absolutamente neca de pitibiriba. Trank! Creck! Nhec! Rrrrrrr! - Destranquei as quatro trancas da porta, abri a porta de súbito e... - Já sei, já sei. Não viu neca de pitubiriba. - Não! Não! Não! - Eu olhei prum lado, olhei pro outro e não tinha visto nada. - Daí, eu dei um passo pra frente e tropecei num treco sólido, meio mole e meio grande. - Achei que era um saco de alguma coisa que alguém havia deixado na minha soleira por engano. - Voltei para trás, acendi a luz da sacada e quase enfartei nego! - Arg! Que nojo! - Fala cara o que era, o que era! - Ah, tá curioso né! - Fala logo, Daniel! - Tinha um corpo caído na minha porta. - E daí o que você fez? - Eu me abaixei, coloquei a mão na cara dele e vi que o cabra tava durinho e geladinho, feito picolé no freezer. - E daí o que você fez? - Bom, João eu liguei pra minha mãe e agora to ligando pra você! - Cara você é doido? Você ligou pra mim, pra sua mãe e não ligou pra polícia, pro resgate, pro Batman! - Liga pra qualquer um desses, mas se livra logo desse corpo! - Aff! Eu mereço. Espera aí que eu to saindo daqui de casa e em cinco minutos eu chego aí! Tá! - Tá! - Enquanto isso o que eu faço, João? - Faz um cafezinho quente e dá pro coitado que ele deve tá morrendo de frio! Por João Marcos Palermo

sábado, 12 de maio de 2012

TEXTO FINAL - REFLEXÃO

Encontrei interessante o curso, gostei das atividades propostas, principalmente a elaboração de textos de diferentes gêneros, com o tema do assassinato em comum. A elaboração dos textos ' a várias mãos' possibilitou diversas nuances, todas interessantes. A interação com os colegas de curso foi válida, a construção do blog interessante para quem não tinha esta experiência e os textos disponibilizados para a reflexão sobre o que é leitura e como trabalhá-la na prática pedagógica foram muito interessantes e válidos para o meu trabalho, com toda a certeza, porque foram textos atrelados à atividades de reflexão. Além do mais,nos fóruns, as socializações e debates de ideias foram interessantes e construtivas. Enfim, o curso foi tudo de bom, gostei muito de cursá-lo e espero ter a chance de participar de outros tantos mais.

domingo, 6 de maio de 2012

O texto abaixo é  um relato reflexivo elaborado com o objetivo de expressar o processo vivenciado durante o nosso curso.


RELATO REFLEXIVO



Como é bom poder estar aqui hoje, escrevendo um relato do percurso de mais um curso realizado por mim. É sempre muito gratificante ter a oportunidade de ampliar os conhecimentos e mais gratificante ainda é poder dividir os conhecimentos aprendidos.

Como já havia comentado em meu perfil, estou como professora coordenadora de Ciclo I e no momento estou sendo capacitada em minhas reuniões de Orientação Técnica sobre o conteúdo leitura. O módulo quatro do nosso curso veio ao encontro com minhas reuniões de ATPC, permitindo enriquecê-las ainda mais, isso foi muito bom para mim e principalmente para as professoras com quem trabalho que puderam contar com um amadurecimento maior da minha pessoa no tema trabalhado.

Os demais módulos também me propiciaram muitas aprendizagens, o mais penoso foi o terceiro, na construção do Blog. Esse módulo me causou medo, angústia, ansiedade e finalmente prazer e plena realização, pois consegui com a ajuda da nossa tutora e também dos colegas do grupo, concluir as atividades propostas, não foi fácil, pois me considero uma analfabeta digital, ou melhor, agora já sou “semi-analfabeta”.

Durante o percurso me surpreendi com algumas realizações pessoais, como a produção do texto cujo gênero era uma conversa telefônica. Gostei muito do produto final, pois sempre tive muita dificuldade em produção de textos, acho que me peguei numa noite de inspiração.

Concluí também que preciso me capacitar mais para o uso da tecnologia digital,pois passei por algumas dificuldades durante o curso, nada que me fizesse desistir, mas preciso me apropriar mais desse novo letramento.

Para finalizar, gostaria de dizer que os trabalhos propostos pelos módulos mostram um caminho inovador que nos leva a reflexão sobre nossa prática e que nos deixa na obrigação de revê-las para assim contribuirmos com a formação de novos leitores e escritores competentes, capazes de exercer sua cidadania, compreendendo criticamente as realidades sociais e nelas agindo, efetivamente.





                                                                                                                                            

                                                                                                               Isabel Veiga

domingo, 29 de abril de 2012

Coversa telefônica 2 - Gênero textual

Conversa telefônica (II) - No boteco.

"Alô, ... não, é do orelhão, na esquina...em frente ao bar do seo Zuza!...an?...Não, não conheço nenhuma dona Maria...an?...Péra aí, vou perguntar... . Ô seo Zuza, o senhor conhece alguma Maria...péra aí...! Alô, é Maria do que?...Ah tá! Péra aí... Maria Clara!...  Seo Zuza é Maria Clara.  Alô...ele fez que não. ..An? ...O Seo Zuza disse que não conhece ninguém com...An? Seo Zuza é o dono do bar aqui... Isso, nem ele nem eu. Como ela é?...An? Não, não conheço...como ela é? A dona Maria Clara...Tem muitas velhinhas por aqui...An? Não, elas não frequentam o bar, aqui só vende pinga, cigarro e tem uma mesa de bilhar...An? Boca de porco é a sua...é um boteco de respeito. Somos todos trabalhadores, seu...An?... É bebi uma já, por que?  Pra que 'cê quer saber? ..É 51...por que? Eu gosto...pura...An? Vai se catar. Eu trabalho, construí minha casinha, cuidei dos meus 4 filhos, a mais nova vai ser 'adevogada' no final do ano...Num te devo nada. nem pra ninguém... nunca fui preso, vô na igreja só quando tô com a cabeça pesada, mas num é pra falar com padre não, vô lá pra falar com Deus, e vê umas amigas que num sou de ferro...An? Não, seu...quem vai pro inferno é você que num tem o que fazer e 'veve' perdendo tempo conversando com b^?bêbado velho... Vai trabalhar!"

quarta-feira, 25 de abril de 2012

O texto a seguir foi elaborado a partir de uma sequência de eventos(Campainha que toca;homem caído na soleira; corpo frio e gelado, um cadáver;correr para o telefone)como se ela tivesse acontecido com alguém logo ao acordar.
Nós colaboradores desse blog deveríamos escrever um texto cujo gênero do discurso fosse uma conversa telefônica


TELEFONE TOCOU!


Na madrugada de sexta-feira 13 de agosto, as 2h15 da manhã o telefone toca.
 “Chamada a cobrar, para aceitá-la continue na linha após a identificação.”
- Jacinto Socorro, tudo bom? Tá acordado? Não desligue, preciso de ajuda.
- Cara, essa ajuda não podia esperar ate as onze não? E pelo amor de Deus coloque créditos no seu celular!
- Acabei de encontrar um corpo...
- Um corvo? E eu com isso? Você me liga essa hora pra falar de corvo?
- Não! Eu disse corpo, cadáver, homem morto. Entendeu ou quer que desenhe?
- Você ta querendo me dizer que alguém morreu e você tava perto?
- Não! Pior que isso. Quero dizer que alguém morreu e que agora estou perto.
- Como assim? Você bebeu? Não to entendendo nada cara.
- Presta atenção pô! Vou te explicar. No meio do filme “Uma Noite no Museu” toca a campainha, com muita raiva, quando vou atender ninguém responde. Estranhei e resolvi abrir a porta para ver o que era.
- Dá pra ser mais breve? São duas e meia da manhã!
- Ao abrir a porta me deparo com um corpo estendido no chão. Achei que era uma pegadinha né, na hora que resolvi mexer no corpo do homem percebi que aquilo tava duro e gelado.
- Não! Você ta de brincadeira comigo né?
- Cara! To falando sério. O que eu faço com isso aqui na minha frente?
- Bom, se ele tá duro e gelado, chupa, pode ser um picolé. Tá bem quente hoje, não cairia nada mal.
- Jacinto, to falando sério! Encontra-se na minha frente um homem caído ao chão duro e gelado. Não tem ninguém na rua e nos arredores. Não sei o que fazer.
- Tem sangue?
- Não.
- Está roxo?
-Como eu vou saber? Tá escuro.
- Quem é a primeira pessoa que você liga quando está em apuros?
- Pra minha mãe ué!
- Então liga pra ela.
- Ficou louco? Aí seriam dois cadáveres.
- Ah sei lá! Liga pro Corpo de Bombeiro, pro SAMU, pro resgate, pra policia, pra Dilma, pra quem você quiser. Mas me deixe dormir.
- Tá bom então! Nem você e nem seu nome servem para nada. Tchau Jacinto Socorro.
TRIM TRIM...
- É da policia?
- Sim, qual é o seu problema?
- Acabei de encontrar um corpo...

     

                                                                                                                                                                    Isabel Veiga
RELATO DAS PRIMEIRAS LETRAS


Não me recordo da primeira palavra que li ou escrevi, mas me lembro muito bem a alegria que senti ao aprender escrever meu nome. A euforia era tanta que escrevia em qualquer lugar, inclusive ganhei um belo castigo por escrevê-lo na parede de minha casa.

Até pouco tempo atrás, guardava meu material da pré-escola e um caderno do então chamado 1º ano na época. No caderno do pré, só encontrava atividades de coordenação motora. Lembro-me como se fosse hoje a professora dizer: ondinha vai, ondinha vem, ou ainda, serra-serra para uma atividade.

Já no caderno do 1º ano, as primeiras atividades também eram de coordenação motora, depois de algum tempo começou aparecer a letra “A” de abelha, “E” de elefante e assim por diante, até aprender todas as vogais e ligá-las ao desenho correspondente. Com as consoantes, foi um pouco diferente, usávamos a cartilha “Caminho Suave” que na época era suave, hoje diria que é monótona.

Quando se aproximou do final do ano, como eu dava conta de ler os textos “criativos” da cartilha, fui presenteada com meu Primeiro Livro de leitura, não me recordo o nome, foi uma grande vitória, lia para a mamãe e o papai em casa, que conquista!

Depois que temos o domínio da leitura, nos tornamos pessoas mais alegres, criativas e cheia de sonhos, pois temos acesso a textos e livros que nos permitem sonhar e isso é muito bom, nos carrega de energia para sempre buscarmos algo de novo.

Com a escrita de textos, minhas primeiras experiências foram traumáticas, pois a professora colava na lousa uma figura e escrevia logo abaixo: Faça uma Composição. Para mim era muito difícil, assim como para o Gabriel Pensador, eu não sabia como começar e nem sobre o que falar, pois os desenhos da figura não davam muitas dicas.

Hoje quando vejo as novas metodologias e procedimentos que são usados desde as séries iniciais para se ensinar a produzir texto, chego a sentir saudade de voltar no tempo. Com certeza teria hoje mais proficiência leitora e escritora.


                                                                                                                       Isabel Veiga

terça-feira, 24 de abril de 2012

Primeiras Letras - A menina e o Sonho

Venho de uma família humilde, pais semi-alfabetizados. Em minha casa nunca faltou material escrito, como livros escolares(de minhas irmãs mais velhas), revistas e gibis. Como naquela época criança ainda podia trabalhar, elas ganhavam material impresso das patroas, e, assim, elas levavam para casa aquelas coisinhas que eu considerava verdadeiros tesouros . Eu tinha por volta de 5 anos de idade e era louca por livros. Como não sabia ler, passava horas distraindo-me com os desenhos...imaginava histórias, o que as pessoas estariam falando às outras. Pelas imagens, deduzia se era uma família, se eram namorados ou amigos. Tinha encantamento em tudo, em toda e qualquer imagem. As letras, eu as ignorava, porque com elas não podia imaginar...sabia que tinha 'mistérios' ali, mas como decifrá-los? Lembro-me de pedir exaustivamente às minhas irmãs para lerem para mim, mas como elas eram mocinhas, se interessavam por outras coisas. Para meu azar, as bonitonas não gostavam de ler e eu não entendia uma coisa: como elas sabiam ler e não se interessavam? Achava isto inacreditável, pois minha vontade era tanta... Então, lembro-me de meu pai lendo silabicamente a historinha do Super Mouse para mim. (Ele já é falecido, mas se fecho os olhos consigo 'ouvir' sua voz, a entonação, o esforço dele para ler e me agradar, tadinho). De certa maneira, como ele não dominava muito bem a leitura, não era tão atraente para mim ouvir a historinha contada daquele jeito, porém, a vontade de saber o que estava escrito ali era tão grande, que isto ficava para um segundo plano. Além do mais, ele era a única pessoa que quando podia, me fazia este favor, :-). Diferente do que foi relatado por alguns colegas, lembro-me quando consegui ler por mim mesma minha primeira frase. Estava sentada no chão da sala, encostada no sofá, quando li algo em minha Caminho Suave. Fiquei EN-CAN-TA-DA por esta mágica! Como havia conseguido aquilo? Como eu conseguira ler 'longe' da professora, por mim mesma? Não tinha ciência de que havia sido alfabetizada. Li algo sobre o bebê...'O bebê baba'. Quando pude decodificar a ação do bebê, percebi que os livros podiam relatar coisas mesmo simples, do dia a dia. Não tenho trauma da minha Caminho Suave, de maneira alguma. Se a tivesse até hoje, estaria guardadinha com todo o carinho. Independentemente de ideias pedagógicas ou de alfabetização, não posso deixar de amar o livro o qual fiz minha primeira leitura. Daí para o universo da leitura , foi só um pulinho e devo confessar:leio de tudo, até as letrinhas miúdas de um contrato, ;-).

domingo, 22 de abril de 2012

Telefonema...O assassinato!

TRIMMMMMMM, TRIMMMMMMMMM, TRIMMMMMMM.
_Alô.
_Inspetor Silva? É você?
_Sim, quem fala?
_Eu, inspetor, Arnaldo Coimbra.
_Ah, oi, Arnaldo. Tudo bem com você?
_Não, inspetor, estou suando frio.
_Por quê? O que foi que aconteceu?
_Tem um homem morto na soleira da minha porta!
_Como é que é? Repita.
_Tem um homem morto na soleira da minha porta!
_Não, não, eu entendi. Só não entendi o fato de ter um homem morto na soleira de sua porta.
_Pois, nem eu estou entendendo o fato. Não caiu a ficha ainda!
_Sim, mas como você percebeu que ele estava morto?
_Ele está gelado feito pinguim em geladeira de iglu.
_Sim, mas você ouviu algum barulho, algum tiro, algo que pudesse justificar esta morte?
_Eu estava tomando meu banho tranquilamente, até que, tocaram a campainha de minha casa. Quando fui atender estava este homem que te digo, estatelado no chão. Abaixei-me para averiguar e percebi que estava uma pedra de gelo.
_Sim, entendo. Mas olha, se ele já estava frio, possivelmente plantaram este cadáver em sua porta, certo?
_Hum, sim, certo. Mas como que depositaram o corpo e saíram tão rápido? Quando fui atender à porta, não havia mais ninguém no corredor.
_Sim, correto...Você ligou para outra pessoa além de mim? Resgate, SAMU?
_Pensei em ligar primeiro para você que é da polícia e daí ver que providência tomar, afinal, não quero este tipo de coisa na porta de minha casa, não é mesmo? Além do mais, ligar para o SAMU pra quê? O cara já está um picolé de esquimó.
_Certo. O correto agora é chamar a policia científica e começarmos as investigações. Vou ligar para o IML também para retirar o corpo de sua porta, assim que a polícia concluir as investigações.
_Mas vai demorar? Daqui a pouco a patroa volta da casa da mãe dela, depara-se com aquilo na porta e vai ser o maior bafafá. Isto sem contar com a empregada que está estourando por aí.
_Olha, Arnaldo. Vai demorar um pouco sim e elas inevitavelmente terão contato com a cena. Além do mais...[PLAFTTTTTTTTTT]. Minutos se passam. Alô? Arnaldo? Alô?
_Oi, Inspetor, desculpa-me!
_Que aconteceu? Ouvi um estrondo.
_Pois é. Fui ver o que era. Nada mais foi do que a empregada esborrachando-se no chão, após tropecar no corpo e pior, ao que parece dar-se conta de que era um homem morto. Foi demais para ela.
_Imagino. Então neste caso precisaremos sim, além da viatura do IML, uma ambulância do SAMU para prestar os primeiros socorros à moça.
_Sim, sim. Desculpe-me. Estou tão passado que não estou conseguindo raciocinar direito!
_Fique tranquilo, Arnaldo. Estamos nos deslocando para sua casa e dentre pouco estaremos aí.
_Obrigado, Inspetor.
_Por nada. Até mais.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

NÓS E DISTÂNCIAS NA INTERNET



Participo deste blog junto com colegas da Educação pública porque temos uma intenção: usar ferramentas da moderna comunicação para interacionar com nossos alunos a partir de lugares comuns (comuns a eles que já nasceram com estes aparelhos nas mãos, nós temos de ser (re)educados para tal - corremos atrás).
Trabalho com informatização desde 1996. Participava das chamadas análises dos sistemas para criar uma massa crítica capaz de oferecer aos desenvolvedores e programadores um material escrito que lhes apontasse ou desse pistas do que poderia e deveria ser alterado nos programas. Depois eu redigia manuais. Nos momentos de folga brincava com programas de imagens, desenhos, gráficos etc...Era tempo da Internet 1.0 - nosso modem avançado de 14.400 kbps chiava como uma chaleira se retorcendo ao fogo até fazer uma conexão discada. O máximo que conseguíamos era trocar mensagens numa tela azul, o que nos deixava maravilhados - "Nossa! Bem melhor do que um fax!"
Vimos as primeiras maldades cometidas contra a língua escrita com a invasão das abreviações forçadas e de uma tipologia comum da linguagem militar, de radiotransmissão. "ok, tks, vc, msm, fds, dps..."
O avanço se deu na Internet 2.0 - "Hj vc pd tc cmgo? Blz." É velocidade das transmissões, tempos modernos, urge! Nos chats a língua morreu - passou por um moedor de letras que quase acabou com as ideias. Atualmente, pode-se notar que as conversas dos jovens são cifradas e ficamos por fora de suas gírias na maior parte das vezes! É um mundo à parte, só deles.
Somos penetras! Mas, somos do bem, só queremos nos aproximar e traduzir-lhes um pouco de nossa civilidade, nossa cultura, nossos conhecimentos. Para isso devemos aprender a usar as novas ferramentas de TIC (tecnologia, informação e comunicação) sem elas não temos o poder, estamos desconectados, não os alcançamos - e talvez seja por isso mesmo que eles criam códigos e cifras - querem avançar, sumir no horizonte, velozmente, livrar-se de nós. Quem sabe? Alguns deles querem mesmo, mas outros (muitos, a maior parte) ainda precisam de nosso apoio, de nossa presença, ainda que seja apenas uma presença virtual como a que se configura para o futuro.
E, se tivermos de estar presentes sem estarmos presentes, se nossa intimidade e contatos limitarem-se lá ao apertar de teclas e  olhares numa tela, eletrônico, frio, byts e bits alfanuméricos, infinitesimais,  que seja, desde que possamos continuar a cumprir a nossa missão, a fazer o nosso trabalho que é...
An! O que é que um professor faz hoje em dia mesmo?